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A Cúpula do Clima e os seus reflexos na economia

A Cúpula dos Líderes sobre o Clima reuniu quarenta líderes globais a convite do presidente norte americano Joe Biden. Um dos temas discutidos foi a criação de estratégias de enfrentamento da crise climática que assola o mundo. Mas, qual será o impacto das decisões tomadas sobre a economia brasileira? 

O que é a Cúpula do Clima e como ela surgiu?

Durante sua campanha eleitoral, Biden assumiu o compromisso de reunir líderes mundiais nos primeiros 100 dias de seu mandato com o propósito de estabelecer, em grupo, ações de combate às mudanças climáticas. 

Cúpula do Clima, como ficou popularmente conhecida, aconteceu de forma virtual durante os dias 22 e 23 de abril de 2021. O evento era uma promessa de campanha do presidente norte-americano, que foi o anfitrião do encontro.  

O movimento é a sinalização do governo americano sobre sua volta à participação nas discussões internacionais sobre o clima, a preservação do meio ambiente e a diminuição das emissões de carbono. O país tinha abandonado as discussões ao deixar o Acordo de Paris durante a gestão Trump. 

Quais as principais decisões da Cúpula do Clima em 2021?

Entre os assuntos em pauta nas reuniões, houve quatro temas que se destacaram: 

  • O retorno dos Estados Unidos às discussões sobre o clima global; 
  • Metas agressivas de redução das emissões de carbono até 2030;
  • Financiamento para projetos de países em desenvolvimento;
  • A preparação para a COP26. 

Durante o evento, foram estabelecidas metas consideradas ambiciosas, mas que apontam para um comportamento realmente comprometido dos países envolvidos: 

  • Brasil – Fim do desmatamento ilegal até 2030 e neutralidade climática até 2050;
  • Estados Unidos – redução das emissões dos gases do efeito estufa até 2030 e neutralidade climática até 2050;
  • China – neutralidade ambiental até 2060; 
  • Alemanha – o fim do uso do carvão como fonte de energia;  
  • União Europeia – fim das emissões de carbono até 2050. 

A maioria dos países presentes assumiu o compromisso de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa nas próximas décadas.

A Rússia, por sua vez, assumiu este compromisso prometendo limitar as emissões até 2050, mas sem citar o valor dessa redução.

Qual é o impacto para a economia brasileira? 

Uma das principais vantagens que a Cúpula do Clima proporcionou para o Brasil é a possibilidade de melhorar a visão que a comunidade internacional tem do país. Caso este compromisso do governo brasileiro se concretize, segundo os especialistas, há chances de maior volume de investimentos externos, prejudicados pelo aumento do risco-país. 

Sendo assim, “A governança social e ambiental está sendo endossada por grande parte das empresas de grande porte no Brasil. Cada vez mais haverão negócios com essa pegada sendo melhor avaliados por investidores”, afirma Álvaro Bandeira, economista chefe do banco Modalmais.

Além do reconhecimento das empresas e dos investidores está o fato de que o Brasil é dono da maior floresta tropical e com uma baixa emissão de CO2 – apenas 3% das emissões globais. Isso quer dizer que, apesar de seu tamanho continental, nosso país pode se beneficiar da agenda ambiental.  

Como o Brasil pode ser beneficiado pelas decisões da Cúpula do Clima?

A resposta é simples: no mercado de carbono, os países devem emitir uma quantidade limitada, ou seja, eles têm uma meta de CO2. As nações que conseguirem fazer com que esta emissão seja menor que as metas estabelecidas, podem vender esses créditos excedentes para outros países. 

Como a maioria das emissões de CO2 brasileiras são decorrentes do uso do solo (desmatamento), se o país conseguir controlar a perda de terreno de mata, esses 3% podem ser ainda menores. Por isso, será mais fácil atrair investidores que se pautam nas questões ambientais. 

Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer no sentido da preservação do meio ambiente, embora o Brasil não seja um retardatário nesta corrida. Aliás, está à frente de muitos países: 46% da energia produzida no país, para todos os usos, vem de fontes renováveis, enquanto no restante do mundo apenas 14,2%.

E, na geração de energia elétrica, somos ainda maiores: 82% da eletricidade consumida no Brasil vem de fontes renováveis. Em contrapartida, a média global é de apenas 26,7%.  

Os dados mostram que as possibilidades são muito interessantes para o Brasil: um estudo publicado recentemente pela WRI Brasil deixa claro que o Brasil tem muito a ganhar adotando o chamado crescimento verde e diminuindo a emissão de carbono como forma de sair do cenário econômico pós pandemia. 

Segundo o estudo, a adoção de uma política de crescimento pautada na sustentabilidade é um caminho excepcional para o país, ou seja, fica cada vez mais claro que economia e sustentabilidade não são tratadas de forma dissociada neste novo cenário mundial.

As medidas de baixa emissão de carbono gerariam um aumento acumulado adicional do PIB da ordem de R$ 2,8 trilhões, além de 2 milhões de empregos a mais até 2030. Esses empregos seriam gerados no setor industrial e de serviços. 

É desta maneira que o Brasil pode e vai ganhar muito. Estabelecer negócios no Brasil torna-se cada vez mais atrativo. Adotando o crescimento verde e sustentável como um dos instrumentos para sair da crise causada pela Covid-19, ainda mais investidores vão trazer suas empresas para o solo brasileiro. 

Aliás, quando o assunto é a entrada de empresas estrangeiras no Brasil, o melhor é contar, sempre, com a parceria de quem é especialista no assunto: conte com a Pryor! 

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